Páginas

23/09/2010

silvio rodriguez OJALA





Curtir Silvio é sempre alimentar novas possibilidades.

Viva revolução Cubana!!!

o bom mate, fica fica mais coletivo...

22/09/2010


DO QUANTO É NECESSÁRIO SER!

                                        A dos Anjos

E eu que servir pão continuo inacabado

Estou no tempo há anos e envelheci

De tudo o que se diria no poema
Tornei-me vasto e crítica a qual respondo!


Como dói a infração desse tempo
Seu estado de nostalgia e gripe
Sua velhice ideal, seu empate na chegada!


Como é supresa essa falta de conspiração
A reunião de mãos eclodindo a vergonha
Os olhos suados de todo lirismo
O tempo, esse ramo sem nome!


E da vida o que sobra é seu gosto tácito?

Impulsões e charme, os que sofrem argutos

Os que se amam num ultimo instante
Os que se sentem atuais, e na alcova?
  

Charles Trocate
Rio de Janeiro
Outubro de 2003




Esta é uma linda das milhares poesias do meu amado amigo Charles Trocate, militante da luta de todos os povos que tem um paradeiro no Pará.
Daquele que empunha todas as poesias e armas contra a ação do agroegócio na Amazônia.

21/09/2010



...com a primavera vem uma canção,
uma tristeza doce e um amor novo,
com a primavera vem a ansiedade de passaro
preso que quer voar.
( José Marti)

20/09/2010

PRIMAVERA

A Primavera chega
O jogo dos sexos se renova
Os amantes se procuram
a mão sutil do amado
Faz o peita da moça estremecer

A uma nova luz
A paisagem revela-se aos amantes na Primavera.
A grande altura avistam-se os primeiros
Bandos de pássaros.
O ar já aqueceu.
Os dias são mais longos e os
Prados iluminam-se até tarde.

Desmedida é a exuberência de árvores e ervas
Na Primavera.
Perpetuamente fecundo
É o bosque, são os prados, os campos.
E a terra dá à luz o novo
Sem medo.
( brecht)




que venham as borboletas!!!







os formai e o frio

OS FORMAIS E O FRIO
(Mario benedeti-1920)
Quem iria prever que o amor                        esse informal
se dedicaria a eles            tão formais
enquanto almoçavam pela primeira vez 
ela muito lenta e ele nem tanto 
e falavam com suspeita objetividade 
de grandes temas em dois volumes 
seu sorriso                          o dela
era como um agouro ou uma fábula 
seu olhar                             o dele                    notava 
como eram seus olhos                    os dela
porém suas palavras                       as dele 
não se davam conta dessas doces questões 
como sempre ou como quase sempre 
a política levou à cultura
de modo que à noite assistiram ao teatro 
sem tocar-se uma unha ou um botão 
nem mesmo uma fivela ou uma manga 
e como ao sair fazia muito frio
e ela não usava meias 
só sandálias por onde apareciam 
uns dedos muito brancos e indefesos 
foi preciso entrar num boteco
e já que o garçom demorava tanto 
optaram pela confidência 
extra seca e sem gelo por favor
quando chegaram na casa                             dela
e o frio estava nos lábios                               dele
de modo que ela                               fábula e agouro 
lhe deu refúgio e café instantâneos
uma hora apenas de biografia e saudades 
até que enfim sobreveio um silêncio 
como se sabe nesses casos é duro 
dizer algo que realmente não sobre
ele tentou                           só falta que eu durma aqui
e ela                      tentou porque você não fica
e ele                      não me diga duas vezes
e ela                      bem por que não fica
de maneira que ele ficou                                a princípio
a beijar sem usura seus pés frios                                os dela
depois ela beijou os seus lábios                   os dele
que a essa altura já não estavam tão frios
e assim por diante
enquanto os grandes temas
dormiam o sono que eles não dormiram.

(T) Você e nós